segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Homenagem a Matheus Farage



Esse post é uma homenagem ao ilustre escalador brasiliense Matheus Farage. Conhecido como Titias, esse jovem escalador sagrou-se campeão da etapa do Campeonato Brasileiro de Escalada realizada na ROKAZ.

Titias é do tipo de escalador prodígio, menino novo, magrelo, escoteiro desde criança e que já havia tentado uma etapa juvenil no campeonato brasileiro em Curitiba-PR, mas sofreu uma grande injustiça sendo desclassificado ao realizar um Z-clipe e desescalar para desfazer (não estamos aqui abrindo polêmicas, mas o vídeo do campeonato é incontestável). Poucos sabem como é complicado competir sozinho em uma cidade estranha e sem conhecidos, mesmo assim Matheus foi lá e meteu a cara. Veja a saga.

Mesmo sofrendo esse abalo e com a obrigação de estudar para o vestibular, Matheus manteve o foco na escalada e nos estudos e fechou o ano com o ingresso para o curso de Psicologia na Universidade de Brasília e com essa grande vitória na categoria amador.

Parabéns Titias, você é um exemplo de determinação para a galera.


Matheus na via Zumbi da Bocaina - Araxá-MG

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Climb Trip Rio - continuação

Dia 2

Manhã de sol escaldante e céu azul , eu (Esdras) e Pati decidimos ir a praia para curtir um pouco. Ipanema é uma praia foda, mar verde transparente, sol e muita cerveja com direito a rir dos outros por muitas horas. Já em casa, semi bêbado e no fim de tarde saímos pra comer em uma padaria (porra em Brasília não existem padarias legais como no RJ). Chegando em casa Leandro já botou a pilha. – Partiu pra pedra do Urubu. Mais uma vez na Urca , munidos de headlamps e do lampião radioativo do Leandro, fomos eu, Pati, Grazi e Leandro escalar vias esportivas, carregando é claro o Crash que já ganhou o nome de Júnior porque incomoda igual uma criança pra ser carregado.

O problema do climb dessa vez foi que Leandro nos colocou em duas vias complexas na Pedra do Urubu. Urubu Capenga (7a/b E1) e Aresta do Urubu (7b E1) Roubando no primeiro movimento consegui tocar até o final da via Urubu Capenga (top rope claro), Pati a mesma coisa. A segunda via estava simplesmente fora do meu alcance, movimento de boulder, foothook pra entrar na via, Pati atambém tentou e após pular o movimento inicial subiu um pouco mais. Como estávamos com luz e crash partimos para um boulder chamado Bote Certo (7b) que para mim tornou-se pendência. Fiz a primeira entrada e comecei a isolar o bote (ou dinâmico) do final do boulder o que me deu esperanças, mas havia um movimento no meio da travessia que não fechava. Leandro e Pati também fizeram boas entradas mas o problema tava osso demais.

O melhor de tudo foi o visual, Lua cheia, o mar batendo na pedra logo abaixo e outro detalhe, sempre há gente escalando nos picos do RJ. Saímos já às 22h da pedra e partimos para o Garota da Urca , boteco bom com uma picanha na chapa que é um fenômeno.






Dia 3

São Pedro fazendo aquela presença, solzão e todo mundo meio atrasado, acordando com preguiça. Após muita indecisão , ponderações sobre o sol e o calor, resolvemos ir para o Grajaú, juntos de Rodrigo e Fernanda (um casal gente finíssima e que escalam muito).

O Parque do Grajaú é algo fora de série. Churrasqueiras, duchas e banheiros e muita, mais muita pedra para boulder e vias esportivas geralmente top ropes na sombra. A rocha em questão é uma das mais machuquentas que eu já vi na vida. Montamos 4 tops de graus variados e desconhecidos por nós e passamos a manhã esfolando os dedos em vias bem boulderísticas. Pude ainda parar e olhar a linha do boulder "Olhos de Fogo" um clássico muito falado por ser um boulder difícil e complexo.

O interessante dessa escalada foi a possibilidade que eu e Pati tivemos de revisar os procedimentos de rapel e parada, em um ambiente mais tranqüilo e com a instrução da professora Grazi.

Após toda escalada resolvemos almoçar do outro lado do RJ em um lugar chamado Prainha. Ao longo do caminho ficamos bestificados com a beleza e a variedade de ambientes que o RJ tem. Serras, praias paradisíacas, florestas ... é muita coisa pra um lugar só. Comemos um belo peixe e após muita conversa boa resolvemos ir para casa.

Ir para casa significou pegar um engarrafamento monstruoso na cidade, afinal todo mundo desceu para a praia já que o dia estava perfeito. Demoramos apenas 3 horas para fazer o percurso e chegamos exaustos em casa. Pizza e mais PS3, dessa vez eu e Leandro travamos batalhas homéricas no futebol, como um Brasil x Argentina que terminou em 4x3 para os hermanos hehehe.

Em meio a muito vídeo game percebemos que a chuva despencava lá fora.







Dia 4

Passei a madrugada acordando e verificando a situação da chuva acreditando que a benevolência de São Pedro havia acabado. Já às 7h eu rodava pela casa ansioso por saber o que faríamos. Não chovia desde às 5h e o sol já aparecia entre nuvens. Em meio a muito debate entramos no carro e partimos para a Urca onde acreditávamos que se tudo estivesse molhado rolaria algum boulder. Quando olhamos para o Morro da Babilônia percebemos que a maior parte da pedra estava seca. Eu e Leandro partimos prontamente para a pedra na decisão de escalar a via Vilma Arnaud.

Completamente ansioso, pois nunca havia escalado algo tão alto e com posicionamentos e técnicas estranhas, comecei a gelar antes de subir. Leandro montou a P1 e lá fui eu, esvaziando a mente e tocando com um ritmo até bom. A via é incrível, com muito movimento em equilíbrio , sem agarras de mão mas com pés bons. Quero dizer, pés bons para quem possui uma sapatilha mais confortável. Como praticante de boulder e esportiva, minha sapata é extremamente apertada, o que torna dificílimo escalar parede. Já na p3 meus pés me davam sinais de que não iam melhorar. Resolvemos ir até a p4 e ver a situação, porém após uma queda besta eu rasguei o dedo e achei melhor parar por ali, afinal meu sonho estava completo, escalei acima dos 100m de altura num visual incrível, com o dia entre nuvens, um ventinho frio batendo, ou seja, perfeito.

Lá embaixo, Grazi e Pati faziam a p1 da mesma via. Descemos e após muita comemoração saímos para a Urca na intenção de fazer boulder. Nosso grupo agora contava com Felipe e PH que apresentaram problemas de difícil acesso, base estranha mais com uma qualidade impressionante. No Bloco Preguiça Patrícia, Felipe e Leandro mandaram rapidamente o boulder inicial e uma variação tipo travessia. Com o dedo estourado, os pés assados eu ainda dei uns pegas mas não agüentava mais a sapata.

Caminhamos por blocos com o mar batendo e chegamos em um problema que não sei o nome. Um boulder fantástico saindo de um teto com movimentos esticados e uma base assustadora. PH nesse momento deu um show de escalada mandando fácil. Pati tentou mas achou esticado e Felipe e Leandro evoluíram bem mas travaram.

Partimos para o bloco famoso Bloco chamado Ouriço. O boulder em questão era completo, travessia para um teto, com agarras boas e muita explosão. PH fez uma boa entrada, Felipe também, Pati foi evoluindo e de repente Leandro provou que apesar de escalar paredes ainda preserva suas raízes de Cocalzinho. Mandou fácil o boulder. A cadena inspirou PH que fez a linha por agarras mais difíceis, Pati que isolou todo o boulder mas faltou força e pele pra tentar a cadena e Filipe que também mandou bem, faltando pouco pra encadenar.

Finalizando fomos ao boulder Gringo já na Pista Claudio Coutinho. PH mostrou como era a linha e Leandro boulderísta mandou sem problemas. Pati até segurou nos regletes mas desistiu pois os dedos estavam mau. Partimos mais uma vez em busca de comida e após sair sem comer de uma Churrascaria A La carte (coisa que eu nunca vi) fomos ao Garota Carioca no bairro Flamengo comer picanha na chapa e tomar chopp.

Já em casa, Grazi e Pati desmaiaram de sono e eu e Leandro ficamos dando risada do Programa do Silvio Santos com suas pegadinhas escrotas.

Como vocês podem ver, escalamos 3 estilos de escalada em uma trip de 4 dias. A hospitalidade e a disposição de Leandro e Grazi tornaram tudo mais fácil e prazeroso. Para mim essa viagem foi fundamental para resgatar a paixão pela escalada, para aliviar a cabeça e relembrar que o importante da vida é a amizade, a diversão e as experiências únicas que vivemos na pedra, seja ela alta ou baixa.

Aconselho a quem for pro RJ não deixar de conhecer a Urca e levar corda e crashpad, afinal Júnior (nosso crashpad) foi tão utilizado que chegou a ir ao topo do Pão de Açúcar. KKKKKKK!


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Fast Trip - Rio de Janeiro

Mesmo apanhando do computador politicamente correto da Grazi (linux), resolvemos escrever um breve relato do inicio de nossa fast trip pelo Rio de Janeiro. Chegada no aeroporto com meia hora de atraso, Grazi e Leandro nos buscam e ao entrar na sala do apartamento damos de cara com o Doença (Pedro Raphael) que estava pelo RJ escalando. Conversa vai, conversa vem Leandro me convida para jogar PS3 e eu como bom viciado em jogos aceito. Rapidamente Pati e Grazi vão dormir e o Doença se "emputece" e resolve ir tomar um chopp no Devassa (devia ser meia noite) seguido rapidamente pelo Leandro. Como eu estava na pilha de escalar no dia seguinte fui dormir.

Café da manhã digno de hotel, com pão novo e quentinho. Muita conversa na mesa e meu primeiro acidente. Quebrei a xícara de porcelana colonial da Grazi. Saímos eu e Pati com um crash dos grandes, pegamos metro, taxi e em meio a muita gente na rua chegamos na Urca. Munidos do guia de escalada da Urca (por sinal uma belíssima publicação) fomos em busca dos boulders do local. Já na pista Cláudio Coutinho ficamos apreciando as belezas e potencialidades do RJ para escalada. Chega a ser sacanagem com o resto do pais, os cariocas tem praias maravilhosas, montanhas e falésias para todo tipo de escalada e como se não bastasse existem blocos com problemas muito bons. Paramos no bloco do 800 que nos pareceu uma boa ambientação já que estávamos sozinhos. Entramos em dois VIsup um deles da nome ao bloco que saíram com certa facilidade (tirei onda hehehe) porém a decida era complicada e pensei em pular no crash mas fui aconselhado por um passante a descer pela rampa cheia de lodo que dava acesso a outra pedra pois o jump seria de aproximadamente 3 metros. Decidimos malhar dois problemas mais fortes Arestim (VIIc) e Buraco Negro (VIIa). Patricia evoluiu bem no Arestim mas não rolou de passar o crux, eu fiz algumas boas entradas caindo no meio do Buraco Negro e não decifrei nada do Arestim. Os problemas daqui são completamente diferentes de tudo o que já escalamos, com muito equilíbrio, poucas agarras de mão e muita exigência nos pés. Vale a pena demais escalar boulder na Urca principalmente para os iniciantes pois é fácil de achar e a base é incrível.

Escalamos por mais de 2 horas e decidimos almoçar e fazer o turismo básico. Subimos de bondinho ao Pão de Açúcar e podemos apreciar a beleza que só o RJ tem. Já em casa eu e Leandro aderimos novamente ao PS3 e de repente percebemos que as meninas estavam demorando a trazer o rango. Na verdade elas estavam no Bar Devassa, enchendo a cara e quando chegamos haviam atualizado as conversas nos restando falar mal do Batata por algum tempo. Hehehehe!

Hoje o role vai ser num SPA ( sol, praia e álcool) seguido de mais boulders no fim de tarde. Antes que vocês xinguem, o fim de semana sera regado de escaladas tradicionais onde eu e a Pati seremos iniciados nesse estilo de escalada. Detalhe ontem fez sol e hoje o dia ta lindo.

Abração galera, as fotos mandamos mais tarde quando a Grazi chegar para operar essa tranqueira. Hehehehe!


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Rio de novo...

Com a chegada das chuvas o AVPAF parou! Alguns dos membros desistiram da escalada e resolveram voltar para “esportes” da adolescência, mas como não paramos de receber emails, cartas e telegramas pedindo novas atualizações, resolvemos mandar um de nossos membros para a Cidade Maravilhosa com a promessas de atualizações quase que diárias.

Frase de efeito do repórter: “Prometo que nenhum V0 da Urca ficara impune”.

KMON!!! Que os ventos de São Pedro sopre as nuvens para longe e de um dab(zinho) nos boulders. E que os deuses das montanhas iluminem a cabeça desses meninos. Rs!

sábado, 6 de novembro de 2010

K2

Como estou com preguiça de escrever vou deixar apenas as fotos da via K2 que termina nos pés do Cristo.



Queria agradecer a Grazi que montou o excelente roteiro de escaladas pelo Rio, proporcionando conhecer as principais paredes da cidade mesmo com pouco tempo. Ao Leandro que mesmo nos dias de trabalho arrumou tempo para gente poder escalar. A São Pedro que mesmo nós dando um banho na Floresta da Tijuca, deixou que a gente escalasse todos os dias.

Sem palavras para agradecer a receptividade dos dois.




PS: Na segunda (último dia de escalada) ainda fui conhecer a Pedra do Urubu, faltou os boulder. Rs!