sexta-feira, 30 de abril de 2010

ADEGA AVPAF – Sofisticação e Requinte no Climb

Aproveitando o momento enólogo (para não dizer alcoólatra) da equipe do AVPAF andei pensando se poderíamos tecer comentários sobre boulders e vias com a mesma elegância que os rótulos das garrafas de vinho (afinal quem escreve aquilo ou tem muita criatividade ou tem papilas gustativas mutantes, pois eu só sinto o gosto de uva).

O AVPAF apresenta suas últimas degustações de sua adega.

GOIÁS E REGIÃO

Boulders de Cocal (Cocalzinho de Goiás-GO): Essa linhagem de boulder tem uma textura marcante do Quartzito predominante na região de Cocalzinho-Goiás. O alto teor de quartzo produz boulders bem encorpados, secos, movimentos definidos com bom desenvolvimento e finais marcante. Nota-se os tons de suor, lágrimas e um leve sabor de sangue no final tendo como acompanhamento preferencial Esparadrapos e crashpads. Graduação alcoólica de V0 a possíveis V14 dependendo do vinhedo (setor).

Vias da FERCAL (Brasília-DF): Essas vias se caracterizam pela variedade de textura e disposição de agarras causadas pelo efeito das intempéries sobre o Calcário, sabores predominantes de regletes e lacas. O clima seco e a altitude permitem o desenvolvimento desta linhagem característica do Planalto. Pela variedade são servidos com proteções fixas ou móveis. Graduação alcoólica variando de 4º a 9º.

Vias do Belchior (Água Fria de Goiás-GO): Essa localidade possui tradição renomada na produção de vias de alta complexidade de sabores e movimentos. A coloração cinza, predominante do Calcário, apresenta o diferencial da formação de agarras lancinantes com predomínio dos sabores pinça e regletes. Deve ser servido com sapatilhas resistentes, proteções fixas ou móveis e bastante repelente. Graduação alcoólica variando de 5º a 10º.

PARANÁ

Boulders do Anhangava (Quatro Barras-PR): Essa região produz boulders com um terroir diferenciado marcado pela ausência de agarras. O clima frio marcante da região paranaense favorece a aderência e a sofisticação desses boulders, sobretudo os do Vinhedo Castelinhos. Apresentam movimentos lentos, com um desenvolvimento forte e um final de difícil compreensão. São boulders exigem como acompanhamento Magnésio, sapatilhas flexíveis e crashpads.

SANTA CATARINA

Vias de Corupá (Corupá-SC): Vias sofisticadas, fortes, de textura acentuada com predomínio da variedade Conglomerado. A umidade da região exige o acompanhamento de muito Magnésio e proteções fixas. Sabores marcantes de abaulados, mono e bidedos.Graduação alcoólica variando de 5º a 10º.

sábado, 24 de abril de 2010

AVPAF na TV Senado

A equipe AVPAF juntamente com o presidente da ABRESCA, Marcelo Ronzani, foi recrutada para fazer uma matéria sobre segurança na escalada para a TV Senado. Levamos a simpática repórter Sheyla Assunção junto com sua equipe de marmanjos para o Morro da Pedreira (Fercal) para explicar alguns procedimentos de segurança, inclusive o "rapel irado".

A matéria surgiu porque o senador Efraim Morais (DEM-PB) elaborou um projeto de lei que busca regulamentar os esportes de aventura ou radicais. Segundo o projeto, "os equipamentos a serem utilizados na prática de esporte de aventura ou radical deverão seguir normas de segurança definidas pela entidade nacional de administração do desporto" e estes manipulados por instrutores e profissionais com qualificação comprovada. Esqueçam a UIAA, em breve quando forem comprar seus equipamentos veja se tem a logo do Ministério do Esporte. Hehehe! Isso só para citar alguns linhas presentes no projeto, acho que os senadores precisam se informar melhor.

Ainda não sabemos que dia a matéria vai passar, assim que soubermos ou se conseguirmos ela em arquivo digital publicamos aqui.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Santa semana ou Semana Santa?

Semana Santa prolongada, enfim férias para escalar. Preparação, após a quaresma sem cerveja, uma semana sem carne (não por motivos religiosos e sim para preparar o paladar para a carnívora Curitiba-PR). Partimos eu (Esdras Daniel) e Álvaro no sábado 03/04 para nos encontrarmos com a Pati e família em Curitiba. Como de costume saímos do aeroporto direto para uma churrascaria maravilhosa onde ouvimos as novidades da família "Chagas Neves" e aumentamos a pança.

Já em casa a decisão: –Partiu Corupá!

Descemos até Jaraguá do Sul, seguimos um motoqueiro até a casa onde iriamos pernoita, na casa de Julia Coral, amiga dos velhos tempos de movimento estudantil e que agora é uma mega empresária do ramo farmacêutico. Já no apartamento de Julia tive tempo de tentar diminuir a má impressão que os pais da Julia tinha de mim (história antiga - fui pego em flagrante utilizando o banheiro proibido da casa de Julia quando ela dividia o apartamento com a irmã).

Em plena madrugada acordamos com um tiroteio enorme, na verdade queima de fogos da igreja em comemoração a páscoa. Na manhã, em meio ao tempo chuvoso podemos observar a bela e pacata Jaraguá do Sul – SC situada em um vale. O tempo chuvoso não nos impediu de ir até Corupá-SC (próximo cerca de 30km) em busca do novo expoente da escalada esportiva no Brasil, aproveitamos e carregamos Julia para junto da natureza. Nos perdemos em Corupá por acreditarmos que bastava perguntar onde ficam as cachoeiras (não sigam as placas que indicam “rota das cachoeiras”) e descobrimos que a região é riquíssima em eco-turismo. Ao perguntarmos onde fica a cachoeira do Braço Esquerdo fomos guiados por um novo motoqueiro até o bairro Ano Bom onde após a ponte é possível seguir as placas indicando cachoeira.

Chegamos ao pé da serra onde existe uma estrutura de camping e bar e fomos informados que a propriedade do Senhor Paust (conforme indicado no croqui e nas informações cedidas pelo amigo Dani Casas) era logo acima seguindo a estrada. Uma placa no inicio da subida “use a 1ª marcha” deve ser levada a sério principalmente se você estiver em um carro 1000. Chegando lá em cima fomos recebidos pelo Senhor Paust que além de um grande anfitrião entende tudo de escalada (o cara sabe a localização e graduação das vias e até o nome dos conquistadores).

O lugar é um caso a parte, menos de 100m entre o bar, área de camping e a base das vias. Rio passando por baixo da pedra e uma rocha que parece um muro de academia. Rocha do tipo conglomerado com seixos que fazem lembrar um muro de resina. Infelizmente a chuva não dava um tempo e mesmo com tudo molhado entramos na Anônima 6ºsup. É engraçado como esse tipo rocha engana, parece ser cheio de agarras, mas na hora é pura ilusão. Escalei mal (novidade?) e Pati e Alvaro tocaram com direito a corda travada e reclamações. A rocha úmida estava inviável então aproveitamos os pastéis e trocamos uma idéia com uma galera acampada que vinham de Floripa, mas na verdade eram Brasilienses que treinaram em um passado não muito distante com Bêra e Horse (eita mundo pequeno).

Voltamos à Curitiba no final de tarde e pegamos um engarrafamento que demorou 02 horas para fazer 15 KM. Álvaro dormiu boa parte do caminho e sobrou para Pati escutar todas as minhas reclamações e impropérios. Chegamos em casa, muito frio que foi resolvido a base de um delicioso macarrão e vinho.

Anhangava – Mais um fiasco brasiliense

Dia seguinte, muitas nuvens, neblinas e afins mas estávamos decididos a escalar. Partimos para Quatro Barras – PR para tentar escalar no Morro do Anhangava. Paramos em uma padaria , compramos e pagamos o lanche (atentem para essa parte). Uma breve parada para conhecer o Abrigo 5.13 onde fomos recebidos muito bem e podemos ver uma ótima estrutura para ficar.

Seguimos para a base do Anhangava onde liguei para o Chiquinho (Luiz Hartman, da empresa Alto Estilo) que nos mostrou de longe onde deveríamos escalar. Subimos a trilha em aproximadamente 20 minutos de caminhada hard com direito a Patricia passando mal e lá em cima olhamos as vias. Decidimos por uma que parecia acessível porém após tentativas de Álvaro e uma breve subida minha para ver desistimos. O tempo fechou e começou a garoar, bateu a fome e pasmem o lanche que pagamos ficou na padaria. Com fome e chuva fizemos um rolê na base das vias e decidimos ir embora.

Faço aqui a promessa, só subo o Anhangava de novo com alguém que saiba a localização das vias e que nos ensine a escalar na aderência. Não adiantam croquis, guias etc... Quero ver ao vivo alguém equipando.

Resina para afastar a preguiça

O dia seguinte ao nosso fiasco de escalada foi de muita chuva e passamos embaixo das cobertas. Decidimos então dar um pulo na loja Casa do Montanhista e conhecer a Campo Base. A loja da Campo Base, recém inaugurada sob a direção de Luize e Chiquinho e contando com o vendedor Eduardo (personagem de nosso relato de ano novo) conta com ótimos equipamentos a um preço bom. Aproveitei para comprar uma Sapatilha Bandit da Evolv e Álvaro um boné de escalador playboy. A noite retornamos para a academia para aproveitar um treino.

A estrutura da Campo Base é de babar: slackline de uns 15m, área de boulder, vias em top rope e guiadas até 9º grau. O frio estava dificultando mas escalamos muito na resina com direito a muita conversa com a galera local.

Enfim escalada

Pegamos o Tiago (curitibano morando em Brasília e sofrendo de saudades da terra) em casa e fomos para a casa do Chiquinho na Base do Anhangava (lugar onde qualquer escalador gostaria de morar). Conhecemos as instalações da fábrica da Alto Estilo onde pegamos nossos crashpads encomendados pelo Gil e compramos umas calças de flanela pra agüentar o frio. Deixamos o carro no Abrigo 5.13 e pegamos a trilha rumo aos Castelinhos. Setor de boulder irado, muito granito, sem agarra e só na aderência. Entramos em alguns boulders, arestas, abaulados com cristais sinistros e voltamos correndo para Curitiba a tempo de despachar o Álvaro para Brasília no Aeroporto.

Eu e Pati passamos ainda mais 3 dias em Curitiba escalando garrafas de vinho e muita carne.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Criança Esperança contemplará a escalada?

A equipe do AVPAF infelizmente começou a escalar tarde, todos após os 20, e muitos anos, depois de muita lesão gerada pelo skate, capoeira, punk rock e muito álcool na adolescência.

O fato é que cada vez mais mutantes vem surgindo no meio da escalada e em idades assustadoras o que nos leva a perguntar:

–Onde estão os país destas crianças? Que futuro cheio de tendinites terão?

Decidimos iniciar uma campanha para que o projeto Criança Esperança financie chapeletas, parabolts, cadeirinhas e sapatilhas em tamanho infantil e o cd “Climbing for Kids” para promover os talentos infantis no Brasil.

Para quem achava que Adam Ondra (17 anos) era o exemplar mais infantil de escalador de alto nível apresentamos as seguintes figuras.

Irmãos Raboutou – Shawn de 11 anos já manda boulders de 7c+(fr), V10! Sua irmãzinha Brooke de 8 anos é fraquinha, só manda 7c(fr), V9!
Foto: Andy Mann


Tito Traversa - Com 8 anos - mandou seu primeiro 8a(fr), 11ª a via Faith.
Foto: T&G Photo


Ashima Shiraishi - 8 anos - mandou o boulder Power of Silence, V10 em Hueco Tanks. Veja o vídeo.

Enzo Oddo - 14 anos - mandou apenas três 9a (fr), 11c, em duas semanas.
Inga (9a) Foto: Colette McInerney


Domen Skofic – 15 anos - campeão da Copa Europa de Escalada Juvenil 2009. Skofic mandou esta semana seu primeiro 9a, 11c no Brasil, a via Martin Krpan.


Foto: 8a.nu


Toru Nakajima - 15 anos. Em seu currículo já constam várias vias clássicas e o pior de tudo, escala no esquema Hard Grit (vídeo).

terça-feira, 13 de abril de 2010

Mulheres que amamos, de mais!!!

No dia 22 de janeiro de 2010 o blog AVPAF já tinha chamado a atenção para Maja Vidmar, recentemente ela virou notícia ao mandar um 10c à vista, a via "Humildes pa casa" na Espanha.

Provavelmente ela é a 3ª mulher no mundo a conseguir escalar tal grau à vista!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A imitação é a forma mais sincera de elogio*

Caros leitores,

Esse blog é feito à base de muito magnésio vagabundo e conversa fiada na base das vias e boulders, gastamos nosso tempo para produzir coisas novas e conteúdos exclusivos, por isso pedimos gentilmente que quando copiarem algum de nossos textos, que por favor citem a fonte.

Abraço,
Equipe AVPAF



*Por Lost Art

sexta-feira, 2 de abril de 2010

The Police in Cocalzinho-GO

Após três finais de semana seguidos fazendo boulder em Cocalzinho-GO comecei a temer pelos rumos da equipe do AVPAF. Sempre falamos em escalar todo e qualquer estilo, porém os boulders estão viciando até nossas representantes femininas.

Antes escalavámos boulder como desculpa em razão das chuvas, porém o entusiasmo é tão grande que já fizemos um night climb, compramos crashs, estragamos o carro na estrada de terra do parque e principalmente destruimos a pele das mãos nos blocos de Cocal.

Assim pedi ajuda a um dos mestres do Rock’n Roll o Sr. Sting e juntos estragamos Roxanne na tentativa de resgatar os amigos deste vício. Aos hereges que não conhecem esta música sugiro que baixem e escutem toda a discografia do The Police ou escutem a música abaixo.




Roxanne (The Police)

Composição: Sting
Decomposição: Esdras


Roxanne, you don't have to put on the “head lamp”
Cause rains are over.
You don't have to make a “night climb”.
Roxanne, you don't have to wear the anorak
Walk in “Cocalzim” for nothing.
You don't care if it's wrong or if it's right

Roxanne, you don't have to put on the head lamp
Roxanne, you don't have to put on the head lamp
Put on the head lamp, put on the head lamp
Put on the head lamp, put on the head lamp
Put on the head lamp, oh

I know another place ya
where we can climb ya
I have to show and you need know
Sportclimb in Fercal or Belchior.

I know , I’m not your Dad.

So put away your crash pad
Told you once I won't tell you again it's a bad way

Roxanne, you don't have to put on the head lamp