Como todos estão cansados de saber, nunca fui com a cara do RJ por inúmeras razões, mesmo reconhecendo a beleza natural do lugar e tudo o que representa pra escalada brasileira desde sempre. Simplesmente "meu santo não bate com o da cidade".
Após inúmeras visitas dos outros integrantes do nosso bonde do quadradinho, com relatos de escaladas divertidíssimas e da minha dívida de visitar o casal Grazi e Seu Cardoso, que já moram por lá há um tempinho, aproveitei uma data "vazia" na agenda de todos e parti na última sexta pela manhã pra curtir um final de semana na casa dos dois. De início já tomei um susto, pois nunca havia escalado trad e o casal já estava programando o meu debut na "pequena" Leste em Salinas, com seus 700 e tantos metros e trocentas cordadas. Devido ao mau tempo, acabamos por ficar no Rio mesmo. Cheguei por volta de 2 da tarde e fui almoçar com a Grazi pra já sair correndo e pagar minha penitência por ser o último a conhecer o "cafofo do Flamengo". Partimos carregando parte da mudança para Santa Tereza, onde será o novo cafofo, que já apelidei de "Arca da Grazi", por sempre aparecer um pássaro, um macaco, um monte de marimbondos e etc. na janela. O lugar é demais, mas deixa isso pra eles contarem no 2nocume em outra hora.
PS: Casal, dessa vez eu fui o 1º a visitar e não tenho que pagar a prenda de ter que abrir aquela porta enjoada quando voltar, blz?
Após a faxina feita, gavetas consertadas, as fechaduras imperradas e um calor dos infernos, voltamos pro Flamengo pra esperar o Leandro chegar do trampo e sairmos pra tomar uma cervejinha perto de casa, onde decidimos que Leandro me levaria pra fazer a clássica combinação: Italianos + Secundo na manhã seguinte e a K2 no Corcovado à tarde, enquanto a Grazi continuava a mudança pela manhã e ia conosco pra K2 depois.
Sob protestos e um arrependimento quase imoral de ter que sair cedo, partimos no sábado pra base da via e chegamos lá umas 8:10 hrs. Deveríamos ter chegado mais cedo, mas meu condicionamento físico acostumado às trilhas de boulder em Cocal e vias de Belchi, Fercal e etc., não é o mais condizente com a caminhada de aproximação. Resultado, quase morri!
Quando chegamos, já haviam 2 duplas escalando e mais 2 à nossa frente... Finalmente conseguimos começar umas 10:30 hrs, com o Leandro guiando e eu de 2º. Ainda na 1ª cordada, em um lance de equilíbrio lá pela 4ª costura, fui levantando meu corpo pra segurar na próxima agarra e a fita de uma das costuras que eu havia retirado ficou presa no "P", bem no meio do move, me travando. Na tentativa de voltar e desenroscá-la, escorreguei e, por muito pouco não levei um "P" cravado nas costelas de lembrança da via. Na queda a costura continuou enganchada no "P", arrancando o rack da minha cadeirinha e jogando mais 2 costuras que nele estavam, na galera da cordada de baixo (por sorte não acertou ninguém e ainda eram amigos do Leandro, quebrando um galho e devolvendo-as pra ele depois).
No mais, excetuando as pernas doloridas e a minha necessidade de troca da sapatilha "confortável" que não me dava a menor segurança, por uma de esportiva, que aperta mais que a super bermuda modeladora do Dr. Ray, a via seguiu sussegada com direito à paradas pra tirar umas fotos e curtir o visu que o dia claro, mas não muito quente, nos proporcionou.
Chegamos ao cume mais ou menos às 14 hrs, depois de uma pequena cordada de aderência, que me fez ter a certeza absoluta de que é mais fácil eu encadenar, à vista e sacando costuras, o primeiro 12º grau brasileiro de agarras no negativo, que um 3º grau de 10 m na aderência... PQP, que saco! Com o avançar do horário (e mesmo que tivéssemos chegado cedo, eu não teria condições morfológicofísicotrópicas de fazer outra via longa no mesmo dia), deixamos a K2 pra outra oportunidade, assim como deixo a continuação desse relato mais pro final dessa semana...
Ficam umas fotos
Um comentário:
Iraduuu...massa demais!!!! Rio é incríiiiiiiiiiiiiivel!!!!
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