sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Baseado em fatos reais 4 – Capítulo IV – (Cadena!)

Saída do Parque dos Pirineus próximo às 3 horas da madrugada. Estrada esburacada, carro saculejando e Junior chega a pensar no preço do alinhamento e balanceamento que terá que fazer, mas vale tudo no amor e na guerra.
Ao olhar no retrovisor Junior percebe Bibola e Monicão dormindo um sobre o ombro do outro com aquela cara de exaustão e felicidade típica de quem não acordará até chegar em Brasília. Era a oportunidade perfeita para tentar mais uma aproximação. O que dizer? O que fazer? Em sua cabeça o jogo de sedução se desenhava como um boulder difícil, o jeito era tentar a saída de um jeito simples.

[Junior] Eae Dalila quer ouvir algum som?
[Dalila] Coloca o que você quiser afinal você é o motorista e dirigir a essa hora é dureza.
[Junior] Vou deixar rolar o Racionais Mcs então pelo menos não rola de ficar com sono.
[Dalila] Se você quer um som para tirar o sono devia experimentar o Facção Central, é realidade nua e crua , é um tapa na cara da sociedade.
[Junior] Eu tenho esse som aqui. Não sabia que você curtia rap.
[Dalila] Pow me amarro principalmente pelo conteúdo das letras.

Dalila diz isso "dando um volume" na paulada paulista.

"Não adianta blindar carro e por vigia na porta
Seu pior inimigo ataca via ondas sonoras"


A saída foi exitosa pelo menos acertou no gênero musical. Mas agora vinha o mais difícil dar prosseguimento a algum assunto com uma trilha sonora tão agressiva.

[Junior] Mas então Dalila me fala um pouco de você. Onde você mora? Faz o quê da vida?
[Dalila] Vixi é um questionário sócio econômico?
[Junior] Não! Quê isso! É só para manter a conversa rolando mesmo. Essa estrada é uma reta só.
[Dalila] Moro no Núcleo Bandeirante, tenho 25 anos, sou geógrafa, dou aula em escola pública pela manhã e estudo para concurso o resto do dia como todo brasiliense. Sou de gêmeos com ascendente em touro, escalo a 5 anos. O que mais que você quer saber? Hehehe.
[Junior] Filme preferido? Tô me sentindo o repórter da Contigo entrevistando uma estrela. Hehehe.
[Dalila] Sharp End hehehe. Brincadeira!!! Meu mais novo filme preferido é Avatar. Todo mundo rasta, se conectando com a natureza, o mundo parece uma grande rave só que sem trance. Hehehe.
[Junior] É verdade. Adorei o filme também. O lance da unidade dos seres, da rede de conexão entre as vidas e da ancestralidade é demais. Sem contar o visual do filme. Mas meu filme preferido é uma besteira. Curtindo a vida adoidado! Sempre matei aula quando passava esse filme na sessão da tarde.
[Dalila] Sério!? Puts eu adorava esse filme. Um dia matei aula com umas amigas e fiquei passando perto do trabalho do meu pai só para curtir a emoção de quase ser flagrada.
[Junior] E música? Além de rap sangrento você curti o que?
[Dalila] Ah essa é uma pergunta difícil. Gosto de tudo um pouco com exceção de axé. Detesto essa mania brasiliense de ir para show do Chiclete com Banana disputar quem beija mais pessoas na boca.

Nesse momento Junior engoliu seco. Afinal foi a todas as micaretas e afins na esperança de sair da seca embora não gostasse da música e não conseguisse ficar com mais de uma garota por show. Seu último carnaval foi em Goianésia-Go onde os brasilienses acreditam que fazem sucesso com as mulheres.

[Junior] É verdade. Sempre achei esse lance de pegação meio patológico. Algo de auto-afirmação narcisista.
[Dalila] Isso mesmo. Eu mesma sempre saí só para curtir, sem compromisso nenhum de ficar com ninguém. Quando eu era mais nova eu fui ao Show do Deep Purple e blá blá blá (15 minutos de auto afirmação).

O que Junior não sabia é que era mentira. Dalila freqüentava locais como o forró do Arena, Calaf e até a Roda do Chope na espera de encontrar sua cara metade. Já estava desistindo de ser tão criteriosa, pensou até em apelar para qualquer "dorme sujo" ou rastafári de porta de show para deixar de ser sozinha.
A esta altura do campeonato o papo já fluía tranqüilo e Junior estava ciente de que agradara. Chegando em Brasília ele começa a fazer cálculos. Como ele mora na Asa Norte e Bibola também seria economicamente interessante se todos os caronas ficassem na casa de Bibola. Por outro lado deixar Bibola e Monicão primeiro, seguir ao Núcleo Bandeirante e retornar a Asa Norte acrescentaria pelo menos 50 km de viagem e nesse momento o cansaço falou mais alto que o coração. Tocou primeiro para o Núcleo Bandeirante onde deixaria Dalila e seguiria com os dois cadáveres até a Asa Norte.
De repente uma terceira voz no carro. Junior quase desmaia de susto.

[Monicão] Ai vocês estão sabendo do show do Mano Chau amanhã no Arena? Vamo nessa?
[Junior] Carai Mano Chau é foda. Vou com certeza.
[Dalila] Eu também. Podemos nos encontrar na porta do show.

Junior deixa Dalila em casa percebendo um certo olhar final que o encheu de esperança. O velho hábito de encontrar na porta dos locais é uma grande chance e ele não a deixaria escapar.
No dia seguinte a preguiça era semelhante a uma ressaca de quarta feira de cinzas. Dedos doendo, reuniões marcadas e a cabeça revisando tudo o que aconteceu. Duas certezas estavam em sua cabeça. Teria que malhar mais para escalar com aquela galera e essa noite no show do Mano Chau (que ele só conhecia a música Clandestino por conta de seu amigo Mosca) seria a chance de ficar com Dalila.
Já em casa a indecisão inicial : O que vestir? Visual roots, surfista do cerrado ou de escalador patrocinado? Esses eram seus tipos de roupa. Pensou bem e decidiu pela velha calça jeans e camiseta daquela marca engraçada de escalada. Achou que isso demonstrava personalidade. Chamou Mosca seu fiel escudeiro embora soubesse que o amigo era um tanto sem noção.
Na porta do show Mosca parecia um cão farejador a procura de todo e qualquer sinal de mulheres disponíveis. Junior segurava sua cerveja que já estava dando mosquito da dengue de tão quente e parada. Quarenta minutos e nada de Dalila e seus amigos. A banda inicial acabara o show e anunciava que em instantes se iniciaria o show principal. Mosca como bom amigo aconselhou.

[Mosca] Aê leke vamo entrar logo. Tá cheio de mulher lá dentro e tu nessa fissura ai.
[Junior] Cala a boca Mosca, relaxa ai. Show em Brasília nunca começa na hora. Esse Mano Chau vai começar a cantar daqui a uma hora no mínimo e lá dentro vai ficar tocando o cd Legend do Bob Marley que ninguém nunca ouviu hehehe.
[Mosca] Mas e as gatinhas? Estão todas lá querendo dançar "wait in vain" comigo e eu aqui com esse marmanjo. Vou dar um tempo aqui porque eu sou teu brother.
De repente eles avistam Monicão , Bibola e Dalila vindo em direção aos portões. Mosca fica nervoso.

[Mosca] Meu Deus que mulher é essa?
[Junior] Tira o olho pião.
[Mosca] Tô falando da amiga da Dalila.
[Junior] Monicão? Deixa de ser fura olho leke, o cara do lado é o namorado dela.
[Mosca] Foda-se não é meu amigo.
[Junior] Carai leke, cadê a ética? Vê se não dá bandeira olha o tamanho do cara.

O grupo se reúne e todos se apresentam. Junior divide seus pensamentos planejando o que fazer em relação a Dalila e como disfarçar a insanidade de Mosca que olha diretamente para Monicão.
Já dentro do show, Mosca resolve ir dar um rolê deixando os casais sozinhos. Mano Chau iniciara seu show, Monicão e Bibola ficam naquela de casal recente ignorando a presença dos demais. Sobram na multidão Junior e Dalila. Cinco músicas depois, Junior com taquicardia, sem saber o que dizer resolve apelar para qualquer cantada.

[Junior] Posso te perguntar 02 coisas?
[Dalila] Você parece repórter mesmo. Pergunta ai.
[Junior] Posso te beijar? e Por que não?
[Dalila] Você é o campeão das piores cantadas que eu já recebi. Mas vou te dar um resposta a altura.

Dalila finaliza a frase se aproximando de Junior. Seus rostos quase tocam. O silêncio do intervalo de entre músicas parece proposital. Enfim os lábios se tocam gerando um alívio semelhante a costurada no topo de uma via ou a virada bem sucedida de um boulder. Enfim a cadena!!!

¿Que hora son mi corazón?
¿Que hora son mi corazón?
¿Que hora son mi corazón?
¿Que hora son mi corazón?


Amigos leitores vocês encaminharam um novo momento na vida de Junior. Sem vocês tudo poderia ter sido diferente. Agora é aguardar o desenrolar desse romance e seus desdobramentos.

Para quem chegou agora e não entendeu nada:
1ª Costura
2ª Costura
3º Costura

domingo, 21 de fevereiro de 2010

BLOCO DE CARNAVAL: SE VOCÊ DER CORDA EU CAIO!!!

O Bloco de Carnaval "Se você der corda eu caio" reuniu 11 foliões brasilienses com o objetivo de escalar muito na Serra da Bocaina, Araxá-MG. Já na saída os primeiros atropelos de um grande desfile. Três carros alegóricos lotados de coisas, atraso e 600 km pela frente.

Tudo certo até Araxá-MG onde fomos recepcionados por Chuck (brasiliense mineiro) e Chorão (escalador local). A receptividade mineira mais uma vez impressionou, Chorão queria nos levar até o abrigo mesmo tendo que organizar diversas coisas e cuidar do seu filho. Marcelo , nosso intrépido carioca do cerrado já havia escalado na Bocaina a tempos atrás e sabia o caminho. Após a espera típica para os atrasados fazerem compras no mercado seguimos.

Partimos com a missão de seguir o professor Bêra e Marcelo nos próximos 27 km de estrada de chão. Após a metade do caminho nosso guia esqueceu dos demais componentes , acelerou demais , entrou em bifurcações e sumiu. Eu em meu carro, Julio no dele seguimos juntos perdidos por cerca de 40 minutos em meio a encruzilhadas, fazendas, mata-burros e muita poeira. Bêra nos fez perder grandes pontos no quesito HARMONIA.

Nos reencontramos e seguimos meio perdidos, cansados, sujos. No caminho pausa para uma pequena jibóia desfilar na avenida. No abrigo a grande surpresa: 16 cabeças de Goiânia-GO estavam acampados em baixo da área coberta. Foi uma grande alegria afinal sempre nos encontramos em Cocalzinho-GO, Belchior-GO e até na Serra do Cipó.

Armamos nossa favelinha nos fundos do abrigo com 7 barracas, fogões, caixa térmica tudo digno de uma grande "farofada". Hehehe! Pontos importantes no quesito ALEGORIA para o mega fogão do sogro do Julio, cafeteira italiana de Bêra e fogareiro himalaiano do Marcelo. Pelo horário cabia a nós descansar e recepcionar a galera de Goiânia que já estava a um dia escalando por ali, pela cara de cansaço a escalada prometia.

As vias da Serra da Bocaina são simplesmente fora de série. Proteções bem feitas, base confortável e próximas do Abrigo (cedido para a atividade graças a articulação local dos escaladores). Destaco aqui as vias Chapeletas Voadoras (cerca de 50m de um 7A clássico, duas paradas mas dá pra tocar numa paulada só) , Hipnose (7C com um descanso semelhante a um sofá logo no início da via); Mão de Vaca (8ª clássico com um puta dinâmico no final da via) , Zumbi da Bocaina 8B sinistro demais e para os iniciantes (como eu) Bonsai Cearense (5º enorme, que parece uma escada) ; Comando Delta (6º com um mov lindo de bidedo para abaulado) e Sombra e Água Fresca (6º sup de 3 chapas pura adrenalina).

Na manhã seguinte partimos para "comer pedra" não dando ouvidos para o conselho de deixar para escalar a tarde. O setor Tetos mantém vias na sombra e todos seguimos para a diversão. Era fantástico ver que simplesmente todas as vias estavam equipadas e todo mundo escalando unido, numa "vibe" única.

No quesito COMISSÃO DE FRENTE destaco Júlio e Marcelo malhando a Mão de Vaca e Matheus Farage (nosso monstrinho) escalador jovem (recém 18 anos) mandando 7C à vista e apavorando nas vias mais clássicas. Matheus é uma grande promessa de Brasília que representou nossa terrinha na Etapa do Brasileiro e Seletiva Juvenil realizada em Curitiba-PR.

Soma-se a isso personagens fortes e ilustres como os locais Chorão, Daiex, Gustavim e Cabelin, os goianos Samurai, Fernandinho, Raphael, Mamão e Negavá atropelando as vias e a grande presença de Chuck sempre provocando grandes risadas. A forte presença feminina de Gretta malhando as vias mais difíceis dos Tetos, Cintia de Goiânia e outra escaladora que não lembro o nome mandando tudo no Setor Intermediário.

Era a Sapucaí pegando fogo com direito a Madrinhas de Bateria.

No questido BATERIA eu, Pati, Dani, Rodolfo e Monique malhamos aos montes a Sombra e Água Fresca, Comando Delta e um monte de vias entre 5º e 7A.

Destaque para o quesito MESTRE SALA e PORTA BANDEIRA para os casais do nosso bonde Rosinha e Bêra, Júlio e Dani, Monique e Rodolfo e Esdras e Pati que apavoraram em todos os setores.

Como todo desfile o momento tristeza foi ver Bêra caindo e forçando o joelho na Mão de Vaca o que finalizou sua escalada naquele local.

No quesito ALA DAS BAIANAS estava Álvaro (Batata) que ficou rodando, rodando, tirando fotos e não escalou quase nada. Salve as marchinhas do nosso bloco:

O teu cabelo não nega Batata
Batata tu não escalou.
O teu cabelo não nega Batata
Batata só fotografou!!!


A noite no Abrigo era simplesmente demais, coletividade unida na compra da cerveja, improviso fantástico de reggae do goianos, percussão e muita alegria demonstrando que mesmo com apenas um banheiro, geladeira coletiva, água do banho racionada por problemas da caixa d'água todos seguiam com o sorriso na cara, o respeito e a amizade. Para mim as cenas vividas ali servem de lição para quem tenta criar esse clima de guerrinha infantil entre Brasília e Goiânia.

Os dias se passaram com uma ida a Cachoeira Argenita (cerca de 15km do Abrigo) encantadora pela beleza mas desesperadora pela estrada de chão (pobre do meu carro e mais uma vez nos perdemos na avenida) e cadenas inesquecíveis como a de Matheus na Menos Curta e Mais Grossa e na Hipnose, Fernandinho na Zumbi, Samurai na Chapeletas Voadoras e tantas outras que não dá para descrever.

Mas o melhor momento de cadenas foi a sequência feminina de Pati, Dani e Rosinha mandando a Sombra e Água Fresca. Nesse momento nosso bloco tocava o axé do Tchan que descrevia a via:

Já pegou no agarrão? –Já peguei
Já pegou no regletinho? –Já peguei
Já pegou no monodedo? –Já peguei
Agora pare!
Pegue no Abaulado
Desce ordinária


O jantar no último dia merece destaque com maionese caseira, strogonof de frango, arroz carreteiro, purê de batata e tanta coca-cola que nem parecia que estávamos na roça. Correria e o medo da chuva. Muito vento e falta de fé de alguns. Mais uma vez a marchinha tocou:

Se você pense que em Araxá cai água
Em Araxá não cai água não,
Em Araxá a pedra é sempre seca
E nunca gasta a sua mão


A despedida teve direito a visita ao Muro (academia) da galera de Araxá com os anfitriões Gustavim (Francês) e Gretta mostrando o slackline montado, muro interno e externo, acompanhamento nutricional e fisioterapia tudo isso num esquema muito arborizado e com parte da estrutura ao ar livre. Parabéns galera demais a estrutura de vocês.

Nosso bloco finalizou bem o desfile e retornou a Brasília feliz da vida e cheio de memórias e alegrias. Deixo aqui um grande abraço pra galera de Goiânia (Tiozão, Fernandinho, Samurai, Minduim e a cabeçada toda), Chorão, Daiex e Cabelin (a Bocaina é demais assim como a estrutura do abrigo e acima de tudo a hospitalidade de vocês) e ao Chuck Lombra.





quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Escalada Esportiva nas Paraolimpíadas!

Aproveitando os recentes acontecimentos que apontam para o reconhecimento da escalada esportiva como esporte olímpico o AVPAF tem o orgulho de apresentar seus atletas para as Paraolimpíadas de Escalada:

Júlio Sá o escalador que não consegue esticar o braço.

Rodrigo "Bêra" que após a ida a Araxá-MG não consegue mais dobrar o joelho.

Aguardem o relato do Bloco "Se você der corda eu caio" que apavorou na Bocaina (Araxá-MG) neste Carnaval e não deixem de decidir o destino de Júnior.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Baseado em fatos reais 4 – Capítulo III

No dia seguinte, Júnior a base de antiinflamatórios para o cotovelo, nem conseguiu trabalhar direito. Escolheu as músicas certas para o momento e gravou um cd escrevendo na capa Love in Rock! Lembrava de cada segundo ao lado de Dalila e tinha certeza que dessa vez nada daria errado. Mesmo sabendo da precária estrada de terra do parque dos Pirineus, mandou lavar o carro para causar uma boa impressão.

Na mochila, a sapatilha que combinava com o saquinho de magnésio e no porta-malas o crash playboy que ele mandou fazer e que imita as medidas daquele crash gringo. Nem se lembrava que era apenas quarta feira e que no dia seguinte teria que trabalhar. Às 19 horas ele chega no local combinado com a Dalila.

[Dalila] Júnior esse aqui é o Bibola e essa aqui é a Monicão.

Junior já ficou meio triste e assustado prevendo que a noite iria ser hard pelo tamanho do antebraço da galera.

[Junior] Eae galera , partiu?!

Todos no carro, Júnior esconde o cd de amor e coloca aquele cd de Rap paulista que Mosca esquecera no carro. Todos na pilha, falando sobre a mágica transcendental de Cocal e Júnior tenta se enturmar.

[Junior] E então? Vamos escalar aonde?

Disse isso rezando para optarem pela Casa da Cobra, o único setor que ele sabe chegar.

[Monicão] Então leke, a galera tava na pilha de escalar no Setor Esparadrapos ou no 29, mas eu tô na pilha de entrar numas paradas lá na Casa da Cobra. O que você acha?
[Junior] (querendo se fazer de local): Pow boto fé na Casa da Cobra, tenho umas pendências para resolver por lá.
[Bibola] É nóis. Casa da Cobra é o local.

Junior fica feliz por ter acertado na proposta nota até certo olhar de interesse de Dalila. Ela no entanto decide testa-lo.

[Dalila] Diz ai, quer entrar em que boulder lá na Casa da Cobra?
[Junior] Estou malhando o Muy THC, um V6zinho irado lá. Conhece?
[Dalila] Nossa que coincidência. Eu também tenho entrado nesse boulder, mas para mim está bem difícil.
[Junior] Que nada gata! Deve faltar só se encaixar direito, chegando lá te passo uns betas que você vai mandar fácil.
[Dalila] Veremos!

Já na Casa da Cobra, após alguns boulders o grupo se divide indo cada dupla para um problema. Era a chance que Júnior esperava. Na base do boulder ele tem a esperança de conseguir falar a coisa certa. Ela por sua vez demonstrava mais interesse na rocha do que em Júnior.

[Junior] Então Dalila, aqui estamos. Vai entrar no Mui THC ou vai ficar de conversa?
[Dalila] Vou entrar mas sem pressão. Curte a vibe dessa noite, olha que céu.
[Junior] É verdade o céu está lindo mesmo. Olha ali o Cinturão de Órion, Ursa Maior, etc.

Ele chega perto dela e senta ao seu lado no crash pad.

[Dalila] Vou comer algo. Como combinamos eu trouxe o lanche. Comprei esse sanduba de pão integral, pasta de grão de bico, tofu e milho para mim e como não sabia que o que você comia trouxe uma coxinha de frango com catupiry para você.
[Junior] Desculpe nem avisei mas faço uma dieta. Se quiser podemos dividir esse seu sanduíche acompanhado por esta bebida de soja com maltodextrina que eu fiz.
[Dalila] Nossa! Você também é vegetariano? Deve ser por isso que estamos fracos para os boulders hoje. Hehehe!
[Junior] Que nada. Isso não é a alimentação. No meu caso é o psicológico que perdeu o foco.
[Dalila] Como assim?
[Junior] Sabe o que é. Perto de você não consigo me concentrar na escalada por que acho que tenho um problema maior para resolver do que esse boulder e que vai me exigir muito mais força e preparo.
[Dalila] Que problema?
[Junior] Conquistar seu coração!
[Dalila] Você até tava indo bem, mas essa agora foi muito brega. Vou fingir que não ouvi.
[Junior] Tá vendo só. Esse é o problema que eu estava falando. Com você não sei me posicionar, não consigo respirar direito e gasto toda força em um único movimento. Desculpa, estou viajando.
[Dalila] Relaxa ai, eu estava só brincando. Mas na verdade você além de ter que melhorar suas cantadas vai ter que malhar um pouco mais, afinal tá escalando menos que eu.
[Junior] E quem falou que eu escalo menos que você?
[Dalila] A natureza.
[Junior] Está bem, para ficar com você vou até engolir meu orgulho. Mas quero ver você provar isso na pedra.
[Dalila] Vamos nessa!!!

Passaram assim durante horas tentando o mesmo problema sem sucesso. A cada queda ambos se incentivavam e era nítido que o carinho e amizade se fortaleciam. No retorno para casa Monicão e Bibola desmaiam no banco de trás do carro dando a Junior 120km de oportunidade para conversar com Dalila.

Continua...

Momento "Você Decide"

Car@ leitor@,

você achou que era cedo demais para Dalila se render aos encantos de Júnior, mas manteve as esperança de cadena para o intrépido escalador. Mesmo se sentindo mais próximo de Dalila, Júnior não consegue decidir como abordá-la para amolecer seu coração de pedra. Qual deve ser a abordagem que Júnior deve utilizar?

a) Deve manter o assunto centrado na escalada, em boulders e vias intermináveis de modo a não demonstrar interesse;
b) Deve falar sobre seus últimos relacionamentos, sobre seus sonhos profissionais, sua vontade de ser pai etc...
c) Deve falar sobre a agenda cultural nos próximos dias tentando incentivar o próximo encontro;
d) Deve falar de música, culinária, filmes buscando os pontos de semelhança e afinidade.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Vias de Cocal no domingão

Pois é...

Depois de rolar aquela indecisão de ir ou não, bem como pra onde ir no nosso final de semana de climb, optamos (Pati, Esdras, Fera, Marcelão, eu e o Gil - mais novo integrante do bonde AVPAF), por escalar umas vias em Cocalzinho.

Nota: Fomos em dois carros, sendo que Marcelo e Gil saíram direto de Águas Claras e os demais partiram do Bandeirante. como não poderia faltar um ato de "zelisse" de algum de nós, quando chegamos na altura de Águas Lindas, vejo o Fera com cara de quem fez merda. Ao perguntar o que houve, ele me responde que "só esqueci a cadeirinha". Ou seja, Ai que burro!! dá zero pra ele!! - Continuando...

Acabou que fomos conhecer a Motosserra (um 7b "curo e grosso" pra eu matar a saudade de vias negativas) e a Alegria-Alegria (um 5º idela pra Pati equipar e o Fera aprender a guiar). Depois optamos por subir e entrar na Rolling Stones (só pra fazer aquele começo escroto dela)

Entrei sacando na Motoserra e acabei parando na saída pra última costura, com os braços completamente tijolados, depois de ter aumentado minha envergadura em uns 3 cm, de tanto que tive que me esticar pra equipar a 2ª proteção.
O Gil fez a mesma coisa (ficando na passagem pra última), aproveitando pra "reconhecer" a famosa pedra de Cocal. O Marcelão entrou meio adrenado e acabou caindo umas 2 vezes na passagem pra 3ª. Depois entrou de novo e encadenou, já desequipando a via, sob a ameaça de uma chuva, que não se concretizou. O mais impressionante foi a Pati, que caiu no mesmo lugar que eu... (a porra da via é um 7B e a mina atropelou... nem deu tempo pro Fera tirar foto!). Depois de "desbombar" os braços, ela fez a passagem e costurou a última (até a 3ª ela foi de Top, porque tava dizendo que estava se sentindo "fraca").

Subimos novamente para o estacionamento e consegui isolar o move (agora sei como fazer) da Rolling, mas aquele bidedo invertido no teto machuca muito... depois de conseguir achar o movimento e ficar no bidedo, desisti de continuar, pq já tava sentido os tendões.

Mas volto a frisar... fiquei de cara com a Pati!

O Esdras entrou de top (da mesma forma que ela) e adrenou, qdo viu que podia pendular lá na árvore se caísse hehehe. Isso depois de ter tomado um pau dos marimbondos na Alegria-Alegria... O esperto entrou pra equipar e "amassou" a casa dos bichos com a mão. Não satisfeito, tocou pra cima, armou o top e, na hora de descer, pisou na porra da casa dos bichos de novo!!!
Saiu de lá todo picado e dizendo "que nada, parece até picada de pernilongo, nem dói". Fica a minha pergunta pra ele agora: E aí, juventude, tá doendo?? hehehehe

Pati = Parabéns! destruiu e vai entrar na Motosserra comigo de novo, qdo voltarmos lá! Araxá que te aguarde!
Gil = Bem vindo ao Bonde AVPAF! Todo final de semana tem alguma piad... ops, escalada parecida!
Fera = Ainda não foi dessa vez que vc guiou, mas aprende a arrumar a mochila com o básico pra fazê-lo! hehe
Marcelo = Muito bacana nos apresentar as vias e valeu a cadena! (agora a gente tem certeza que rolou!)
Esdras = zum, zum... continue a patrocinar a nossa "Patibull", tá dando resultado! zum.. zum...
Eu = Deixa de ser bundão e aprende a fazer força, porra! Perder a cadena sacando por falta de força é foda!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Diario de um brasiliense - 3º e 4º dia

Data estrelar: 7/Fev/2010

Burro, burro e burro!

Bem galera, foi isso que eu falei quando saí da segunda via, a semi-final. Vou fazer um apunhado geral do campeonato.

Não cheguei às finais pois fui desclassificado da segunda via. Fiz a burrice de fazer o "Z-clip" (custurei a segunda custura com a corda que tava antes da primeira, entenderam?), e quando percebi desescalei (2 agarras) pra 'melhor' agarra pra poder arrumar a costura, mas fui desclassificado por causa de uma regrinha idiota que diz que não pode desescalar. SÓ ISSO!!

Com relação ao campeonato em si, EU (eu disse EEEU) achei muito bagunçado (pelo menos o primeiro dia, que foi o único que fui). Parecia muito mais um festival, só que cada um entrava só em 2 vias. As entradas foram em FLASH!! Tudo mundo via todo mundo. Não existia área de isolamento como normalmente acontece em campeonatos, onde todos os atletas são retirados da área de escalada. Os que escalavam depois tinham a vantagem de ter leituras diversas pra via, principalmente os que escalaram depois do monstro Filipe Camargo (o que não foi meu caso). Acho que no fim, foi ele mesmo quem ganhou.

Com relação ao monstro, quero deixar aqui meus Parabéns e ele (calma que não foi o aniversário dele!), que se mostrou uma pessoa muito humilde, independente de ser reconhecido nacionalmente como um dos melhores do Brasil. Chegou na academia e cumprimentou TODOS, sem exceção. Troquei uma idéia com ele, e o mesmo me falou sobre as sapatilhas da Evolv. Disse que só perdem pra La Esportiva. Ótima opção pra nós brasileiros que queremos uma sapata BOA mas num preço acessível (já tem lojas vendendo Evolv). Além de ter dito que está afim de voltar a Brasília pra escalar, então vamo treinar MUITO pra poder acompanhar o mlk!

Em resumo, e pra não demorar muito, o campeonato foi bom no quesito horário, mas meio zoado no quesito regras. Coisas bobas, mas que eles dizem ser 'que nem na gringa'. Infelizmente eu estava sozinho então não podia argumentar muito. Outra coisa, sejam todos humildes, assim como o "Pikuira". Não sejam burros, assim como eu! No fim, como experiência, foi ótimo. Mas mudei meu foco de escalada: A pedra dá muito mais alegria e tem muito menos regras! (Logo mais, fotos!)

Foi mal e Abraços
Câmbio, Desligo.

Leia aqui o primeiro dia para entender tudo!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Diário de um brasiliense / brasileiro - 2º dia

Data estrelar: 5 / Fev / 2010

Fala galera! Bom, de ontem pra hoje nada mudou muito. A cidade continua quente pra caramba... (...lembre-se você poderia estar num frio de junho se lascando.) Tudo bem tudo bem, o calor é bom, mas precisava ser esse inferno!?!?
Ta sendo difícil de acreditar que eu vou participar de um campeonato brasileiro em menos de 24hrs! O frio na barriga aumenta a cada hora. Mas eu não posso esquecer, repitam comigo: Calma, concentração e respiração. O que tinha que treinar já treinei, agora é só mostrar pra esses rapazinhos o que Brasília tem de melhor!
Vou aproveitar esse campeonato pra fazer umas compras aqui em Curitiba. Tem lojas muito boas. Pra quem mora em Brasília, essas lojas tem tudo!
Agora vou relaxar, descansar e me alimentar com muito carboidrato pra amanhã estar ótimo na hora!

Abraços
Câmbio, desligo.

Leia aqui o primeiro dia para entender tudo!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Notícias do Campeonato Brasileiro de Escalada – Curitiba-PR.

Dando um tempo a Júnior (nosso ilustre personagem) que se prepara para conquistar sua via mais difícil aproveitamos para enviar notícias da Etapa do Campeonato Brasileiro de Escalada, também Seletiva para a Seleção Juvenil de Escalada, que será realizado esse fim de semana em Curitiba-PR.
Brasília tem o orgulho de participar desta iniciativa enviando seu representante ao Campeonato. Trata-se do atleta Matheus Farage, pequeno
padawan, magrelo e com fortes tendões que vem sendo treinado pelo Prof. Rodrigo (Bêra) no Muro da IBITI. O atleta representará a Associação Brasiliense de Escalada e Montanhismo – ABRESCA e tem o patrocínio AVPAF (na forma de festa quando ele retornar).
Matheus além de competidor será nosso correspondente direto de Curitiba de onde mandará mensagens para que noss@s leitor@s compartilhem de seus momentos como estreante em competições.

Diário de um brasiliense / brasileiro - 1º dia


Data estrelar: 4 / Fev / 2010
Fala pessoal! É com extrema felicidade que escrevo daqui de Curitiba para todos vocês.
Primeiramente gostaria de dizer que essa cidade está parecendo o INFERNO, só falta o lúcifer! Tá quente demaaais! O calor de Agosto de Brasília não ta sendo páreo para o que estou passando aqui. Nesse primeiro texto eu só gostaria de agradecer a todos por terem me pilhado para chegar onde estou, desde o dia em que comecei até hoje enquanto escrevo isso. Espero então representar Brasília muito bem, afinal, ser o único representante (ou talvez o único que correu atrás) não é fácil. Espero mantê-los cientes do que acontece aqui, pois como todos sabem, informação "escaladista" não é tão boa, tirando o pessoal do AVPAF (preciso bajular eles se não meu texto não entra no Blog!).
O campeonato é só depois de amanhã, mas a ansiedade está desde o dia em que descobri que iria rolar!!
Manterei todos informados.
Abração
Câmbio, desligo.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Baseado em fatos reais 4 – Capítulo II – (Você Decide)

Em meio ao som alto e tanta gente, Júnior não conseguia uma aproximação direta. Ele então chama o Prof. Bêra no canto e fala baixinho.

[Júnior] Aê Bêra posso pedir um favor de brother? Mas é sigiloso.
[Bêra] Claro rapaz, diz aê.
[Júnior] Deixa eu treinar com essa mina ai. Tipo ficar dando a "seg" dela, entrar nos mesmos boulders... Quebra essa pra mim? Tô na seca fii.
[Bêra] Hahaha. Vou quebrar seu galho porque eu gosto de você. Mas aê se prepara então pq tu já treinou hoje. Vai acabar se lesionando!
[Júnior] Nem esquenta. Valeu leke, brigadão. Quando eu tiver um filho tu vai ser o padrinho hehehehe
[Bêra] Não exagera. Aê Dalila, o Júnior vai fazer o mesmo treino que você, é bom que ele te dá uma seg porque eu tenho dois alunos novos aqui. Pode ser?
[Dalila] Sem problema! Já terminei o aquecimento passa o boulder aê. Como é mesmo seu nome?
[Júnior] É Júnior, mas pode me chamar de Sharminha!
[Dalila] hahahaha! Você até sabe fazer piadas, quero ver escalar!
[Júnior] (Vou passar uns mais ou menos para ela não mandar e eu atropelar e fazer meu filme). Tem esse aqui. Sai sentado, aqui, aqui, ali, pinça, abaulado e o chifre no teto.
[Dalila] Beleza. Vou entrar!
[Júnior] Vai que eu estou na seg.
[Dalila] Só isso.

A cada boulder que passava Júnior além de mais encantado ficava mais assustado. A mina mandava todos os seus boulders à vista e ainda por cima entendia muito de música, já havia viajado o Brasil escalando e até no Valle Encantado-Argentina. Já ficando sem palavras e sem repertório de boulders ele se lembra de um boulder sinistro que nem ele nem os marmanjos do seu horário mandaram.

[Júnior] Aê tenho um especial pra você, mas se prepara que é bem forte.
[Dalila] Até que enfim, eu já tava ficando enjoada dessa moleza.
[Júnior] Aqui. Sai sentado com esse único pé e essa mão, abauladão, monodedo, regletinho, batente, bidedo, aresta e termina no teto do outro lado da pilastra.
[Dalila] Esse tá bem legal. Você mandou?
[Júnior] (que na verdade não fez nem a saída): Quase. Cai ali na aresta, mas eu já tava de final no treino de resistência.
[Dalila] Sei, tá cheio de desculpa. Quer apostar que eu mando?
[Júnior] Carai véi, cadê a humildade?
[Dalila] Estou brincando! Mas aposto que você não manda.
[Júnior] O que é que eu ganho se mandar?
[Dalila] Além da lesão? Uhauhauhauhahua
[Júnior] Fala sério. Vamos fazer o seguinte: Se eu mandar você vai ter que desistir de ir para Cocalzinho amanhã a noite.
[Dalila] Oxi? O quê que tem a ver?
[Júnior] Simples. Se eu mandar amanhã à noite você sai comigo.
[Dalila] E se você não mandar e eu mandar?
[Júnior] Eu mesmo te levo para Cocal no meu carro, banco a gasolina e ainda levo lanche para você.
[Dalila] Propostinha sem vergonha essa sua, mas eu topo. Vai ser ótimo ir de motorista até Cocal e com comida grátis.

Júnior se posiciona; se ergue tremendo e já sentindo o cotovelo, tapa no abaulado, força, suor. A galera em volta gritando kamoonnn!!! Vai leke! Ele pega no monodedo! Engole o choro! Trava no reglete, sobe o pé, alcança o batente. Sólido! Vai leke que já é seu!!! Dinâmico para o bidedo! Tá quase lá! Chega na Aresta. Deixa o corpo cair de lado! Trava e vai, vai, vai... E o inevitável acontece. Queda!!! Dor, revolta, humilhação.
Dalila dá um tapinha nas costas dele e pede a seg. Ela se posiciona e se ergue bem, tapa do abaulado, um sorriso. Pega no monodedo. A galera de boca aberta nem grita. Faz um "foot hook" alcança o reglete e trava. A galera vai à loucura! Gritos de Kamonnn!!! Vai, vai, vai... Meu Deus que mina forte. Chega ao Batente, dinâmico pro bidedo. E como num passe de mágica ela cai sobre os braços de Júnior.

[Dalila] Droga, errei o bidedo, viajei. Merda!!!
[Júnior] Nem estressa você fez a melhor entrada que eu já vi nesse boulder. Ninguém fez esse foot ali. Sua leitura é perfeita.
[Dalila] Se fosse perfeita eu tinha mandado.
[Júnior] Calma ai, não chora não! Você tá parecendo o Patxi Usobiaga hehehe!!! Escalada é diversão! Você é muito competitiva.
[Dalila] Você tem razão, ando meio "psica*". Mas e a nossa aposta, ninguém ganhou.
[Júnior] Pois é. Mas vou valorizar sua entrada. Amanhã podemos ir junto para Cocalzinho, mas o rango você compra.
[Dalila] Fechado, vou avisar a minha galera.


Momento "Você Decide" do AVPAF

Caro leitor(a) o AVPAF inaugura um novo momento na vida de Júnior onde você decide o destino de nosso infante escalador. O momento é crítico, Júnior investiu toda sedução que conhecia e cabe a Dalila a decisão seguinte. A pergunta é inevitável: - Dalila deve ou não ficar com Júnior em seu primeiro encontro?

(a) Dalila não deve ficar com Júnior nesse "encontro" e em nenhum outro, pois o mesmo demonstrou não ser um escalador forte a sua altura e ela já enxerga seu futuro equipando vias e abrindo boulders de grau inferior para ele poder escalar.

(b) Dalila não deve ficar com Júnior neste momento, afinal bate e volta em Cocalzinho não é um encontro decente e escalador que é escalador gosta de dificuldades e perde o interesse se mandar à vista. Ela deve se fazer de difícil!!!

(c) Dalila deve ficar com Júnior e dar vazão à sua energia juvenil, a seus impulsos hormonais feministas e revolucionários afinal um bom partido como Júnior não se encontra a qualquer hora.


Você escolhe o final votando nos comentários!!!


*Psica = Estado mental semelhante a mania ou transtorno obsessivo onde o escalador fica fissurado em mandar tudo o que vê.